segunda-feira, 1 de março de 2010


JC e-mail 3958, de 01 de Março de 2010.

23. Chile: Terremoto equivale à explosão de três mil bombas

Tremor foi causado pelo choque entre duas placas tectônicas, a de Nazca, que fica no fundo do Oceano Pacífico, e a placa continental da América do Sul

A energia liberada pelo tremor de sábado (27/2) no Chile equivale à explosão de cerca de 3 mil bombas de Hiroshima, estima o professor de Geofísica da Universidade de Brasília (UNB) João Willy Corrêa Rosa. "É o sexto maior terremoto já registrado no mundo", afirmou.

O tremor foi causado pelo choque entre duas placas tectônicas, a de Nazca, que fica no fundo do Oceano Pacífico, e a placa continental da América do Sul. "Esse encontro de placas é o responsável pelos frequentes tremores na região, assim como por vulcões e pela formação da Cordilheira dos Andes."

A crosta terrestre é constituída por 14 grandes placas tectônicas, que estão em constante movimento. "Um terremoto é quando há um acúmulo de energia na borda das placas e, de repente, essa energia é liberada", explica Célia Fernandes, do departamento de Geofísica da Universidade de São Paulo (USP). "A onda sísmica então se propaga pelo interior terra, da mesma forma que as ondas sonoras."

O Chile se localiza no chamado Círculo do Fogo do Pacífico, região no entorno da placa de Nazca, que concentra 90% da sismicidade e vulcanismo do planeta. "São locais que estão sempre sujeitos a terremotos e vulcões", explica João Rosa.

Apesar de ser um local com grande incidência de tremores, os serviços sismológicos não previram o fenômeno. "O risco maior era previsto para áreas mais ao sul e mais ao norte", informou o professor. Segundo Célia, um dos objetivos dos estudos de sismologia hoje é tentar prever terremotos. "Infelizmente, isso ainda não é possível", disse.

Tsunami

Como o tremor foi na costa, ele também provocou uma onda, com potencial para atingir diversas ilhas no Pacífico, como o Estado americano do Havai. "O alerta de tsunami é feito sempre que há sismos no mar", disse Umberto Travaglia, técnico do Observatório Sismológico da UnB. "Serve como aviso, para que as pessoas saiam das partes mais vulneráveis." A onda é acompanhada por sensores no oceano. Com isso, é possível calcular o horário em que se aproximará do litoral.

Por tabela, a terra também tremeu em outros países, como no Brasil. Nas cidades de Porto Alegre, Curitiba, Brasília e São Paulo, quem estava em prédios altos pode sentir o abalo sísmico, mas numa intensidade fraca.

Quanto maior a distância do epicentro, menor a intensidade do tremor. "Chile e Brasil possuem tipos diferentes de solo. O primeiro é mais denso", diz Travaglia. "Mesmo distante, o solo nacional acaba sendo um campo em que as ondas sísmicas se propagam com mais facilidade."
(O Estado de SP, 28/2)

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